A transformação digital está mudando rapidamente o mercado de trabalho e trazendo certas preocupações. Como qualquer mudança de paradigma, existem desafios, mas também cria oportunidades para os empregadores.
As empresas precisarão se preparar para a nova era, garantindo que sua equipe seja devidamente treinada para contribuir com o sucesso da organização na economia digital.
Mas, em que as equipes de RH devem se concentrar para se preparar para a transformação digital de sua empresa?
Um novo estudo da Randstad e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Talent Trends 2023, que explora as tendências mais relevantes do mercado de trabalho em tecnologia digital e oferece quatro conclusões principais, com base em uma década de dados em 10 países e usando mais de 400 milhões de anúncios de vagas.
1. aprendizagem ao longo da vida
A aprendizagem em todas as etapas da carreira é um pilar fundamental para garantir que as empresas não permitam que suas equipes ou elas mesmas fiquem para trás com as transformações digitais. Os colaboradores existentes podem ser requalificados com habilidades secundárias por meio de uma estratégia de desenvolvimento direcionada. Esse aspecto é ainda mais importante quando se trata de um mercado de trabalho dinâmico; é uma iniciativa mutuamente benéfica que ajuda tanto as empresas quanto os funcionários.
Segundo a Instituição de Engenharia e Tecnologia (IET), o aperfeiçoamento de competências (upskilling) é fundamental em tempos de transformação digital, e as dificuldades em introduzir esse conceito podem prejudicar a produção econômica de uma empresa, reduzindo a produtividade e restringindo seu crescimento.
Como a grande maioria das pessoas que irá compor a mão de obra de 2030 já está em atuação, a melhoria e a requalificação da mão de obra atual são necessárias para enfrentar os desafios futuros.
2. desenvolver as habilidades STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática)
As habilidades STEM se tornarão ainda mais importantes conforme a digitalização na economia global se intensifica. "Engenheiros, matemáticos e cientistas de dados serão a espinha dorsal de uma sociedade impulsionada pela tecnologia", afirma o CEO da Randstad, Sander van 't Noordende.
Não é surpresa, então, que as habilidades STEM estejam em demanda cada vez mais alta.
O aumento na demanda por candidatos com habilidades STEM precisa ser considerado pelos formuladores de políticas e pelas empresas, que devem procurar oferecer orientação e incentivos para carreiras em ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Indicar de forma clara os caminhos necessários para os colegas que desejam fazer a transição para essas funções também pode ajudar a preencher essas lacunas.
Baxter diz que "os governos devem priorizar o investimento em iniciativas que envolvam habilidades apoiadas pelas empresas – 54% dos empregadores acham que o governo deveria fornecer mais financiamento nacional voltado para iniciativas de aprendizagem".
3. o novo pacto social
Após a pandemia, os empregadores que buscam empregar pessoas que dominam habilidades mais complexas devem adotar o "novo pacto social" com os colaboradores.
"A felicidade no trabalho é uma prioridade para muitas pessoas na era pós-pandêmica: elas querem que seus valores se reflitam na missão de sua empresa e de seus líderes", afirmou Sander van 't Noordende na última edição do estudo da Randstad, Workmonitor 2023.
Para atrair funcionários qualificados, os empregadores devem focar na experiência do colaborador. Em um mercado de talentos altamente competitivo, o alinhamento de valores pode ser um diferencial-chave para os candidatos.
4. flexibilidade
Não há como voltar aos velhos tempos. A flexibilidade dos empregadores é uma expectativa da equipe para agora, não uma aspiração. Os colaboradores querem flexibilidade no local e nas horas de trabalho, além da maneira como trabalham.
Entretanto, apenas alguns empregadores estão atendendo a essa demanda, e somente pouco mais de um quarto dos colaboradores relatam usufruir de mais flexibilidade oferecida pelos empregadores, de acordo com o estudo Workmonitor.
Os governos e as empresas precisarão aprimorar suas políticas para facilitar essa nova forma de trabalho, a fim de atrair pessoas qualificadas em cargos de alta demanda.
Baxter concorda e acrescenta que tanto os governos quanto as empresas devem atender às preferências dos profissionais atuais. "Quarenta por cento dos empregadores preferem aprimorar ou capacitar seus colaboradores existentes em resposta às lacunas de habilidades, em vez de contratar novos funcionários. Governos e empresas devem trabalhar juntos para oferecer oportunidades abrangentes e flexíveis para aperfeiçoar e requalificar os profissionais."
Não é uma questão de humanos contra a máquina. Trata-se de humanos e máquinas trabalhando juntos.
Embora algumas preocupações estejam centradas na perda de empregos por causa da Inteligência Artificial, a realidade é que haverá um aumento líquido de empregos, ocasionando uma possível escassez de mão de obra qualificada para a Quarta Revolução Industrial. Os líderes devem estar próximos aos seus colegas nesta jornada e tranquilizá-los. Será importante indicar que essas novas tecnologias funcionarão como um complemento nas atividades dos colaboradores em suas funções e não como substitutas.
Empresas e formuladores de políticas que se concentrem em aperfeiçoar (upskilling) os colaboradores existentes, atrair novos profissionais qualificados e aumentar o número de pessoas graduadas na área que abrange STEM, estarão melhor preparados para a transformação digital. Com a estratégia certa implementada, as empresas podem abraçar uma era digital, na qual humanos e inteligência artificial trabalham de forma simbiótica.
percepções sobre habilidades digitais
baixe o estudo Workmonitor 2023 da Randstad e da OCDE, que explora as tendências mais relevantes do mercado de trabalho em tecnologia digital.
Workmonitor 2023
baixe o estudo agora