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Martins. Ascensão depois de alavancar as vendas 

Sonhada por todo trabalhador, a promoção é aquele momento no qual a empresa já identificou no profissional maior potencial para desenvolver projetos, entregar resultados e assumir novos desafios. Além de conhecimento técnico, durante o processo de avaliação são considerados pontos como histórico, visão que outros gestores têm da pessoa, relacionamento e comportamento.

“Com ambientes cada vez mais competitivos é difícil ser promovido sem resultado”, diz o CEO da empresa de transição de carreira Produtive, Rafael Souto. A visibilidade no trabalho também deve ser destacada, segundo ele, assim como o marketing pessoal e a forma como o trabalhador se expõe dentro da organização, vendendo as ideias e comunicando os resultados obtidos.

A reputação, misto de imagem e credibilidade, é outro fator importante avaliado pelas empresas. “O que faz nas redes sociais, a conduta ética, o cumprimento de regras e o profissional no conjunto de suas ações é analisado no processo. Precisa também ter habilidades especificas e técnicas, que varia conforme a empresa e a função.”

Chance. Promovido a gerente sênior de vendas e serviços da Lenovo no fim do ano passado, Gustavo Martins, de 40 anos, trabalha na empresa há cinco anos e esta é sua segunda promoção. “Fui promovido após mostrar competências técnicas fundamentais para o departamento: alavancar as vendas em 70%. Mostrei resultados positivos para a empresa.”

Martins acredita que o foco no cliente, entrega de resultados e a criação de fluxos eficientes de informação foram determinantes para assumir o cargo, além da preocupação com o crescimento e desenvolvimento da equipe assumida.

“Eu estava desempenhando bem a função, com foco nas expectativas do cliente e negociação. Invisto em eficiência e no reconhecimento da equipe. Já promovi um profissional e consegui dois aumentos salariais.”

Para o professor da Fundação Dom Cabral Anderson Sant’anna, a promoção é destinada ao profissional que mobiliza múltiplos conhecimentos: a capacidade do indivíduo gerar resultados e a vivência, além das competências comunicacionais, relacionais, sociais e técnicas.

“Além do conhecimento, é preciso conjugar as habilidade sociais, comportamentais e relacionais. As organizações buscam um profissional com capacidade de mostrar habilidades e de incorporar diferentes papéis e projetos mais desafiadores.”

Segundo o professor, quando a promoção é para um cargo de gestão são avaliadas também as competências para criar condições em que o outro apresente resultados e para lidar com diferentes áreas e situações novas e inusitadas. “O fator que promove é a capacidade de criar condições para atuar. O líder deve saber manter o clima organizacional, mediar conflitos, cuidar das condições para que as pessoas tenham desempenho. A promoção pode ser um desafio para a empresa e o profissional.”

Além. Para a diretora de RH e marketing da recrutadora Manpower, Márcia Almström, a promoção está vinculada a um desafio maior. “O profissional começa a dar indícios de que é capaz de assumir a função. A promoção implica em 20% de aumento salarial, em média, e atrelado vem um nível de responsabilidade e exposição dentro da empresa.”

Na opinião de Márcia, o processo requer cuidados da empresa e do profissional, e um olhar sistêmico sobre a pessoa por parte da organização. “Precisa dar certo para empresa e profissional”, diz.

Para o diretor de educação da Associação Brasileira de Recurso Humanos (ABRH), Luiz Edmundo Rosa, competências como iniciativa, ter espírito de equipe e jogar com o time são fundamentais para compor o perfil. “É importante também ter capacidade antecipar cenários, se interessar pelo cargo e falar com outras pessoas.”

‘Mudar de cargo sem estar pronto pode ser prejudicial’ 

Embora a promoção seja uma tomada de decisão da empresa, é o profissional quem deve traçar a estratégia de carreira. “É um processo que deve fazer sentido para os dois”, diz o CEO da Produtive, Rafael Souto.

E como saber se a promoção é boa? Segundo Souto, é preciso avaliar como ficará a carreira no futuro, se a função aproxima ou afasta o profissional dos objetivos. “O planejamento da carreira é um projeto do profissional.”

Para a gerente da Randstad Professionals, Martina Zago, é preciso ter um plano de carreira para atingir cada passo e objetivo. Segundo ela, conversar com o gestor e também com o setor de RH é importante para saber se está cumprindo o plano e avaliar o que precisa ser mudado.

“Se o profissional conhece os processos, fica mais fácil enxergar a carreira. As competências técnicas são importantes, assim como as experiências do dia a dia, cursos voltados para área, de acordo com o setor e a formação”, diz.

Segundo Martina, a transparência é o melhor caminho para o profissional que é promovido e sente-se inseguro de assumir a nova função. “Exponha as inseguranças, ser promovido sem estar pronto para cargo pode ser prejudicial para a carreira.”

Para a diretora de Manpower, Márcia Almström, se a pessoa acredita que está pronta para uma promoção deve procurar a empresa. “Os processos de avaliação de desempenho são momentos adequados para discutir as expectativas e o desenvolvimento de carreira.”