Já é bastante difícil para líderes empresariais chegarem a um acordo sobre as melhores práticas da gestão híbrida e, do outro lado, funcionários apresentam falta de consenso semelhante. Considere os seguintes resultados de pesquisa, por exemplo:
- Futuramente, quase três em cada quatro trabalhadores esperam manter de forma permanente a flexibilidade de trabalho propiciada pela pandemia de covid-19.
- Mais de dois em cada três desses mesmos funcionários afirmam estar ansiosos por mais colaboração presencial com colegas de trabalho futuramente.
À medida que os empregadores lidam com esses e outros desafios e discrepâncias, definir uma cultura bastante motivadora será mais importante do que nunca. Basta começar com as cinco recomendações a seguir.
1. diretrizes claras são importantes
Antes de mais nada, a transição bem-sucedida para um sistema de trabalho híbrido de forma permanente exigirá uma mudança de mentalidade em todos os níveis do organograma. A partir disso, é claro, o verdadeiro desafio passa a ser o alinhamento — especificamente, garantir que todos sejam convencidos e ainda cooperem futuramente. Essa também é a única maneira de estabelecer a cultura certa para o sucesso em um ambiente de trabalho híbrido.
próximos passos
Sessões informativas para funcionários juntamente com novos treinamentos para gerência são dois primeiros passos simples que podem ser tomados para ajudar a alinhar todos em sua equipe (certifique-se de refletir apenas sobre os tipos de treinamentos, iniciativas educacionais ou programação mais valorizados por sua equipe). Por ora, vale a pena analisar também as políticas de sua empresa. Indague-se quais delas faz sentido manter — e quais seria melhor desconsiderar — em prol do alinhamento cultural.
2. considere seriamente (re)projetar espaços
A transição para um local de trabalho híbrido é fundamentalmente um exercício de descentralização, que pode reduzir custos de empresas com imóveis em até 30%. Mas há uma ressalva: com a mudança para sistemas de trabalho híbrido, a colaboração se torna mais importante, não menos. Apesar de um aumento de 44% no uso de ferramentas de colaboração on-line durante a pandemia, por exemplo, 67% dos trabalhadores afirmam desejar mais oportunidades de colaboração presencial. Como os líderes que optam pelo modelo híbrido podem oferecer isso?
próximos passos
Em primeiro lugar, novos sistemas de trabalho exigem espaços de escritório reprojetados recentemente. Em vez de se concentrar em escritórios individuais, procure criar espaços compartilhados e colaborativos — salas de reunião especificamente projetadas para participantes virtuais e presenciais simultaneamente, por exemplo. Isso ajudará a definir as bases para uma cultura na qual os funcionários virtuais e presenciais se sintam iguais. Contudo não se esqueça de que as medidas de saúde e segurança no local de trabalho também continuam sendo extremamente importantes.
3. liderança empática é fundamental
Sejamos francos: é um cenário inédito. E como ninguém conhece melhor do que você a incerteza que acompanha grandes mudanças nas condições de trabalho, trate seus funcionários de maneira apropriada. Lembre-se de que muitos podem estar assumindo responsabilidades paralelas, como cuidar de pais idosos ou dos filhos. Em outras palavras, os líderes precisam servir como modelos para a cultura organizacional.
próximos passos
Dois aspectos — feedback e flexibilidade — são fatores decisivos para organizações em transição para modelos totalmente híbridos. Quanto ao primeiro aspecto, considere introduzir novos canais e também alavancar novos fóruns (considere pesquisas de clima organizacional, fóruns de funcionários) para fornecer e receber feedback. Quanto à flexibilidade, é fundamental que os líderes reconheçam a importância do equilíbrio entre vida profissional e pessoal, uma vez que a maioria dos funcionários afirma estar disposta neste momento a deixar seus empregos atuais por funções menos desejáveis, mas que ofereçam maior flexibilidade.
4. a inclusão ganhou bastante importância
O que significa “inclusão” ao gerenciar uma equipe que alia recursos remotos e locais? Por um lado, significa que a experiência de todos deve ser homogênea, independentemente de seu sistema de trabalho, o que é mais fácil falar do que fazer. Sem os efeitos do reforço da presença física, como garantir que sua cultura organizacional não mude de maneiras não pretendidas?
próximos passos
Essa é uma área em que muitas empresas estão com dificuldades no momento, e não há uma resposta única para todos. No entanto, a criação de canais de comunicação em sincronia juntamente com espaços de reunião projetados para funcionários remotos e presenciais simultaneamente podem ajudar bastante. Por ora, a introdução de programas de reconhecimento de funcionários mais talentosos pode ser uma solução eficaz — afinal, estudos revelam que esses programas também podem ao menos dobrar a motivação de seus colaboradores. A maior vantagem, entretanto, é que quanto mais contato e interação você mantiver com os funcionários, mais poderá moldar ativamente a cultura de sua empresa.
5. imparcialidade em avaliações de desempenho
Além do desafio da inclusão, existe a questão do possível preconceito no monitoramento de desempenho, avaliações e relatórios — uma questão inicialmente ignorada por muitos líderes. No entanto, há sinais de que trabalhadores remotos são menos propensos a receber promoções do que seus colegas no escritório. Obviamente, para que sistemas de trabalho híbrido tenham êxito de forma permanente, discrepâncias como essa necessitarão ser consideradas e corrigidas. Caso contrário, sua organização corre o risco de desenvolver uma cultura quase tóxica.
próximos passos
Promover a confiança entre funcionários e gerentes é um primeiro passo importante para formar uma cultura de trabalho bem-sucedida, mas você também precisará criar processos formais. É a única maneira de garantir a imparcialidade nas avaliações de desempenho — e evitar que o trabalho remoto seja discriminado. Lembre-se que só porque não pode “enxergar” literalmente a produtividade de seus funcionários remotos, não significa que não estejam trabalhando. Aliás, muito pelo contrário: seis em cada 10 trabalhadores remotos relatam ser mais produtivos do que esperavam.
Por fim, se o gerenciamento de uma mão de obra híbrida está causando desafios culturais como esses em sua organização, você não precisa enfrentá-los sozinho. Em vez disso, entre em contato com a Randstad para saber como podemos resolver seus pontos problemáticos de maneira completa.
aprendendo com quem já fez
Agora que você já sabe os cinco desafios culturais do trabalho híbrido e como enfrentá-los, que tal entender um pouco mais com um case real? Nossa diretora de RH global, Suzanne Kahle, escreveu um artigo explicando um pouco sobre o que aprendemos operando em regime híbrido.
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