Neste artigo, vamos desvendar a diferença entre competência e habilidade e como é vantajoso saber exatamente o que esses conceitos significam e como eles se aplicam ao setor de Recursos Humanos. 

1. o que são habilidades

Na área de Recursos Humanos, uma forma de diferenciar habilidades e competências é considerar que a habilidade é "inata". Ou seja, o candidato hábil para desenvolver uma ou outra competência já viria com essa habilidade "de nascença", que pode, naturalmente, ser treinada e aprimorada, de maneira natural. 

Isso nos indica os diferentes perfis que podem compor uma empresa e como ter conhecimento das habilidades anteriores de um candidato pode ser fundamental para o excelente desenvolvimento de competências. 

Digamos que a habilidade pode ser definida como a "capacidade para realizar" e a competência como a "capacidade para realizar com excelência". Se alguém já possui habilidades básicas incríveis, ficará mais perto de alcançar a competência ideal do que alguém que não possui. A habilidade constituiria a base de uma pirâmide e, a competência, o topo. 

Essa diferença sutil costuma ser ilustrada pelos seguintes exemplos: 

"Você pode treinar um rinoceronte para subir em árvores, mas é melhor que um chimpanzé faça isso." 

Em outras palavras, conhecer a predisposição inata para desempenhar determinadas tarefas ou assumir responsabilidades específicas pode economizar tempo e dinheiro para a empresa contratante. Isso pode ser claramente observado em relação à liderança: embora seja uma aptidão que pode ser treinada e desenvolvida, há perfis que são mais propensos a exercer uma liderança eficaz do que outros. Mais uma vez, devemos pensar na analogia do rinoceronte e do chimpanzé. 

2. o que são competências

Na mesma linha das ideias expostas na seção anterior, vale ressaltar que a competência é a "capacidade para realizar com excelência". Ou até mesmo com maestria. Isso quer dizer que, se tivermos boas habilidades de liderança, podemos aprimorar essa capacidade inata de buscar a excelência e nos tornarmos os melhores líderes, com o consequente benefício para a empresa que precisa de perfis como esses (e a revalorização pessoal do colaborador que segue adquirindo as melhores habilidades). 

Assim, o ponto de partida são as habilidades naturais ou inatas, as quais são transformadas em competências. Um profissional competente é aquele que canalizou sua habilidade inata de expressão oral para desenvolver e executar campanhas de comunicação bem-sucedidas, por exemplo. 

Desse modo, outra diferença entre habilidade e competência é encontrada na seguinte nuance: se "nasce" com habilidade, mas a competência se "adquire". E, conhecendo nossas habilidades inatas, poderemos nos concentrar em determinadas competências. 

Outro exemplo utilizando o reino animal: o guepardo se destaca por sua habilidade para correr e a aperfeiçoa para, consequentemente, ter a competência de capturar presas com sucesso. 

3. diferenças entre habilidade e competência

Neste ponto, já temos uma compreensão mais clara das diferenças entre os dois conceitos, Assim, considera-se que a habilidade é a capacidade inata de realizar algo, mas sem levar em consideração o seu grau de aptidão. Quando essa habilidade pode ser treinada, direcionada, trabalhada, aperfeiçoada e desenvolvida, se trata de competências. 

Assim, o profissional talentoso é aquele que, a partir de uma ou mais habilidades, é capaz de se desenvolver até atingir o grau de competência que leva à maestria. Quando um profissional é realmente competente em uma ou mais aptidões, está em posição vantajosa para negociar contratações (ou continuar na empresa atual com melhores condições). 

Por sua vez, as empresas se esforçam para conseguir contratá-los e, as mais atentas, não hesitam em apresentar uma Proposta de Valor ao Colaborador (EVP) que seja o mais atrativa possível, ajustada ao perfil e possíveis necessidades de cada profissional. 

4.exemplos de habilidades

Um exemplo de habilidade pode ser encontrado naquele perfil que domina a aritmética, operações matemáticas, que se sente à vontade em meio a fórmulas, números, estatísticas e algarismos. Essa pessoa da área de exatas conseguirá desempenhar com sucesso as competências relacionadas à contabilidade e administração de uma empresa. 

Outro caso típico de habilidade transformada em competência que podemos citar é o perfil que possui desenvoltura para idiomas e que pode adquirir proficiência em vários idiomas ao mesmo tempo, praticamente sem dificuldade. Depois de trilhar os estudos correspondentes, esse perfil poderá se dedicar à tradução. 

Pessoas que, desde a infância, têm facilidade para organizar atividades, propor planos, tomar decisões durante o desenvolvimento de alguma iniciativa e têm uma visão de longo alcance, já nasceram com habilidades de liderança. Essa "pedra bruta" poderá ser lapidada ao longo da carreira profissional até se tornar uma competência fundamental para trabalhos relacionados à gestão de empresas e equipes. 

5.exemplos de competências

Conforme já mencionado anteriormente, no ambiente de trabalho, competência significa a habilidade canalizada e aperfeiçoada. Sendo assim, encontramos exemplos de competências nas seguintes situações: 

  • O gestor de Recursos Humanos tem a aptidão para detectar talentos e incorporá-los à empresa com o acordo mais vantajoso para ambos.
  • O atleta de elite com habilidades físicas conseguiu desenvolvê-las de tal forma que as transformou em competências: está entre os 20 melhores jogadores do circuito da ATP e gerou uma renda bastante considerável em virtude do desenvolvimento de suas aptidões inatas. 
  • A estudante de psicologia que tem uma habilidade especial para empatia, escuta ativa, inteligência emocional e comunicação, entre outros, poderá desenvolver as competências necessárias para se tornar uma psicóloga de alto nível. 

O que é mais importante: as habilidades ou as competências?

Doris Lessing, escritora britânica que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 2007, dizia que "o talento é algo comum". Não é a inteligência que escasseia, mas a constância". Em outras palavras, não são as habilidades que importam, mas sim a capacidade de transformá-las, com constância, afinco e entusiasmo, nas melhores competências. 

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